quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"Descrição: conceitos básicos"

Por Caroline Fantini
Descrição também é um ato de narrar. Dá suporte para a argumentação, além de despertar a formação de opinião.
A descrição é colocada na narrativa para caracterização.
Papel da descrição no texto narrativo: em geral, a descrição é inserida na “boca” de um personagem – fala.
1.   O personagem vê algo;
2.   O personagem faz algo;
3.   O personagem fala.
Uma narração é caracterizada por movimento. Não existe narrativa parada.

“equilíbrio × conflito”

Não há equilíbrio na narração. O equilíbrio situa-se no relato. Usam-se verbos no Pretérito Imperfeito do Indicativo; o conflito está na narração.

A descrição “quebra” a narrativa. Sustenta o que esta sendo narrado: a) conflito; b) intensificação do conflito; c) resolução; d) desfecho.
A descrição é resultado de um senso comum – mundo interior e exterior.
A descrição aparece em pontos convenientes. Não é lógico, mas intencional – movimenta-se de acordo com o texto, sempre em situações típicas.
Quando se lida com a descrição, deve-se levar em conta a previsibilidade e imprevisibilidade – não se adentrar ao que é óbvio.
Para reduzir a imprevisibilidade usam-se recursos como, por exemplo, figuras de linguagem. Ex: ironia / metáforas etc.
para deixar mais homogêneo o texto.

Níveis de descrição:
a)  conhecido – conhecido;
b)  conhecido – desconhecido (ex: descrição do amor – Camões);
c)  desconhecido – conhecido (ex: mitos).

A descrição não atinge altos graus de complexidade. A sua capacidade é medida através de usos lexicais do autor.
Pode ocorrer descrição sem interferência do personagem.
Cada escola literária aborda a descrição ao seu modo. Ex: Barroco – descrição antagônica; Arcadismo – descrição mais clara; Realismo – descrição a partir da realidade interior.
quem trabalha melhor a descrição é o Realismo e o Naturalismo. Ex: “O cortiço” – descrição do trecho em que Bertoleza é presa e acaba tirando a própria vida.
O autor usa uma narração repleta de descrição – compara o ser humano ao animal, devido à atitude de Bertoleza.

A descrição serve para introduzir possíveis interpretações no texto.
Suspensão da narrativa para usar a descrição (DIGREÇÃO): mudar o foco de acordo com a intenção do autor. Ex: Machado de Assis.
Não existe verdade absoluta.

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