domingo, 14 de agosto de 2011

"Metodologia do Trabalho Científico"


Por Caroline Fantini

Parte 01
Metodologia: método/caminho.
Científico: ciência/conhecimento (novo).
Trabalho – etapas: a) elaboração do projeto; b) desenvolvimento do projeto.
No projeto, a pessoa se qualifica em uma área e, assim, escolhe o tema.
Lato Sensu: habilita para o ensino superior.
        (é obrigatório a contratação de 30% de mestres e doutores pelas instituições).

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Conceituar e estabelecer etapas de pesquisa bibliográfica;
Estimular a capacidade de observação, análise e sintaxe;
Ajudar na elaboração de projeto de pesquisa – RESENHA.

CONTEÚDO

Conceito de pesquisa;
Leitura, resumo e resenha;
Tipos de conhecimento;
Pesquisa bibliográfica;
Etapas do projeto de pesquisa;
Redação científica;
Tipos de monografia.

× Livros:
LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de Pesquisa. São Paulo: EDUC, 2003.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2003.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 2000.

MONOGRAFIA

× Projeto de pesquisa = delimitação do assunto.
      (a pesquisa é individual).
Para realizar o projeto: TEMA – TEORIA – AMOSTRA.
× Etapas:
TCC: graduado (a);
Latu Sensu: especialista (tem-se certo domínio da teoria para aplicar em uma determinada “amostra”);
Mestrado: mestre;
Doutorado: doutor (a).
× O que difere na monografia em cada etapa é o aprofundamento.

TIPOS DE CONHECIMENTO

a)  “Conhecimento vulgar (popular)”: tem grande valorização – experiência. É o dia-a-dia da vida e independe de estudos;
b)  “Conhecimento científico”: resulta da investigação metódica. Não é uma simples experimentação, mas sim uma sistematização. Há racionalização e objetividade, além de factual (busca por fatos). Em outras palavras, explica por objetivos (Empirismo).
Também ocorre: clareza, análise, precisão, comunicação, verificação, acumulação, abertura e falha;
c)  “Conhecimento filosófico”: mostra pela razão;
d)  “Conhecimento teológico (religioso)”: aborda a dimensão da fé. Não é verificável e, às vezes, atravessa a razão, não tendo explicação plausível;
× Discursos religiosos não podem ser trabalhados baseados na fé, pois são questões indiscutíveis.
e)  “Conhecimento técnico”: como se faz algo (uso de técnicas) – profissionalização;
f)   “Conhecimento artístico”: baseia-se na intuição emoção. O objetivo é causar sensações. Exemplo: música.

× Missão do professor: ensinar e aprender.
       (relação com o aluno – interação).
Ensinar implica necessariamente aprender.
O professor deve ser um pesquisador, um “divulgador social”.
       o trabalho pode contribuir para possíveis melhorias.

× Pesquisa Científica x Pesquisa Utilitária.
Diferenças: Na Pesquisa Científica há a ampliação do conhecimento. Já a Pesquisa Utilitária traz algo novo e não utiliza teorias existentes, descrevendo particularidades, olhares pessoais.
Além da Pesquisa Bibliográfica há a possibilidade de uma pesquisa complementar como apoio.

PESQUISA CIENTÍFICA (Sergio Vasconcelos de Luna)

Conceito de pesquisa:
1º) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas a um problema proposto (questionamento) - problematização.
(dar resposta a um problema significa dar desenvolvimento à pesquisa. O problema se relaciona com objetivos – respostas).
A teoria é limitada. Só leva a um resultado.
2º) Pesquisa voltada para a solução de problemas, através da produção científica.
Requisitos para realizar pesquisa:
a) o pesquisador deve analisar as suas limitações – níveis de curiosidade;
b) ter conhecimento do assunto a ser pesquisado.
Linhas de pesquisa:
a)  História e Descrição da Língua Portuguesa;
b)  Texto e Discurso, nas modalidades oral e escrita;
c)  Ensino de Língua Portuguesa.
3º) ser perseverante;
4º) recursos financeiros;
5º) finalidade da pesquisa.

TIPOS DE PESQUISA
Quanto aos objetivos:
a)  Pesquisa Exploratória: livros e sites;
b)  Pesquisa Descritiva: anotações;
× Diálogos entre teorias – fundamentação.
c)  Pesquisa Explicativa: é o nível de interpretação. Faz-se uma busca, um controle de dados (devido à situação) e normalmente utiliza algo experimental. Tal tipo de pesquisa mostra os “porquês”;
× Na análise do discurso depende da oposição, dos papéis abordados.

LEITURA (passos):
1º) Análise Textual: fazer esquema – ver capa, contracapa e sumário, entre outros;
2º) Análise Temática: compreender o autor e sua obra. Resulta no RESUMO – uma reprodução;
3º) Análise Interpretativa: compreender + processo interpretativo. Resulta na RESENHA – diferentes visões/críticas;
4º) Problematização: a leitura deve levar a produção de um texto. Uma SÍNTESE, em outras palavras.
× A resenha contribui para a tese e desenvolvimento da fundamentação teórica.

Uso da internet:
a)  Análise crítica;
b)  Cautela na pesquisa (endereços eletrônicos).

Procedimentos para pesquisa – obtenção de dados:
1º) “Campo”: refere-se à pesquisa diretamente no campo – no próprio local. Às vezes, há a realização de entrevistas, pedidos de autorizações (o que envolve a questão da ética) e o preenchimento de formulários e questionários.
× Diferenças:
“Entrevista” – pode ser aberta (várias respostas) ou fechada (uso de “sim” ou “não”). Na entrevista há a dificuldade de acesso e como se coletará dados, além de ser manipuladora;
“Formulários” – é mais fechado, não abrindo muitas possibilidades de respostas formuladas;
“Questionário” – é mais aberto, com perguntas e respostas livres.
2º) “Fontes”: são documentos referentes às áreas primária e secundária.
a)  Primária - Exemplos: manuscritos e Aristóteles;
b)  Secundária - Exemplos: o que os autores produziram sobre Aristóteles.
× Em Lato Sensu, pode-se utilizar as duas fontes. Já em Stricto Sensu somente a Fonte Primária.
× As Fontes Secundárias possuem interpretações diferentes.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
                                                                (CAMINHOS)                 (PROCEDIMENTOS/PASSOS)

Métodos (baseiam-se em uma observação):
a)  “Dedutivo” – parte do geral para o particular. Nos fatos para se chegar a um conceito;
b)  “Indutivo” – parte do particular e generaliza;
c)  “Hipotético-dedutivo” – há hipótese (solução antecipada para o problema). Deve-se ter verdade nos fatos para se chegar a um conceito. Ao mesmo tempo em que se tem um problema se tem uma resposta (particularização). Exemplo: é escolhido um conto do Machado de Assis e se deduz que todos são bons. × Depois de testada, a hipótese passa a ser tese.

Técnicas/procedimentos:
a)  “Método Dialético” – utilizado quando se trabalha com oposições. Fundador: Marx;
b)  “Método Estatístico” – manipulação de dados;
c)  “Método Comparativo” – baseia-se em comparações;
d)  “Método Monográfico” – chamado também de Estudo de Caso.

× As técnicas podem ser divididas em 2 blocos:
a) “Observação direta intensiva” - há a observação e a entrevista;
b) “Observação direta extensiva” – busca a observação por meio de formulários, questionários, testes (pesquisa de campo). Não há encontro (entrevista).

ASPECTOS DA REDAÇÃO CIENTÍFICA

1º) Objetividade:
Tudo é conotativo, mas a linguagem deve ser feita de tal forma para que não ocorra ambiguidade.
Usar frases curtas e objetivas – redação;
Vocabulário adequado (só use expressões estrangeiras se necessário).
2º) Impessoalidade (“se” e “nós”):
Não utilizar 1ª pessoa do singular;
“Eu” não é singular de “nós”. É “outra pessoa” - do ponto de vista do discurso;
Usar mais verbos impessoais, por exemplo, “busca-se”.
3º) Clareza e concisão:
Frases longas comprometem o texto, principalmente, o uso de gerúndio;
Usar frases na ordem direta;
Não utilizar muitas orações subordinadas;
× Questão do parágrafo: do ponto de vista metodológico é um mini-texto. Possui tópico frasal que será desenvolvido ao longo do texto - abre perspectivas para a seqüência para parágrafos seguintes.  Possui elementos coesivos para “amarrar” um parágrafo ao outro, garantindo a unidade do texto.
O parágrafo não é extensão, mas sim organização (para se chegar a clareza);
Não repetir informações desnecessárias;
Fazer rascunho (para seguir a lógica – raciocínio);
O texto deve ter clareza para o leitor. Por isso, é importante manter a ordem das informações.
4º) Conectores: prestar atenção para que não ocorra muitas repetições.

MONOGRAFIA

O projeto pode ser flexível. Há mudanças devido ao amadurecimento.
Olhar primeiro a teoria. Usar a amostra, um modelo, provisoriamente.
× A amostra decorre da teoria que se tem em mente.

Tipos de Monografia:
1.  Pesquisa Bibliográfica;
2.  Pesquisa Bibliográfica + Exemplificação;
3.  Pesquisa Bibliográfica + Análise.
× Para a análise deve-se levantar “categorias de análise” – duas intertextualidades: explícita e implícita.
A análise não é comentar. É aplicar teoria para demonstrar.
É necessário dominar o referencial teórico.

PROBLEMA

A formulação do problema não pode ter como resposta “sim” ou “não”, pois assim não há continuidade da pesquisa.
O foco do problema deve ser inserido dentro de Língua Portuguesa.

× Problema da pesquisa: consiste em dizer de modo explícito, claro, compreensível e operacional qual o questionamento com o qual me confronto e pretendo resolver.
É individualizado e específico. Deve ser objetivo – mostrar a dificuldade.

× OBS.:
O problema é um conflito efetivo.
Nem todo problema pode ter tratamento científico.
O problema norteia o trabalho (deve-se levar em conta a questão social e intelectual).

Parte 02

ESTRUTURA DO PROJETO

“Projeto”: planejamento de pesquisa.
“Capa” e “Folha de Rosto”: utilizar letras maiúsculas na descrição de dados, exceto ao que ser refere à “Natureza do Trabalho”.
“Título”: elemento fundamental.
“Tema”: assunto da pesquisa. Usar frase nominal, sem verbos e com poucas palavras. Deve conter estudo, teoria e amostra.
“Problema”: é necessária uma contextualização. É criado pelo próprio autor em relação ao tema escolhido. O problema não nasce por acaso, mas sempre a partir de um fenômeno.
       (esta ligado à teoria. Melhor formulado como forma de pergunta a qual é estruturado para a pesquisa).
“Hipótese”: antes de comprovada é uma mera suposição. Após a comprovação, torna-se uma “tese”. Ela pode ter um caráter positivo.
       (o tema fica na mente e não é necessário por no papel).
× “Objetivos”: estão ligados ao “Tema”.
      “Objetivos Específicos”: descrever no máximo 3 (três). São operacionais/detalhadores e dão direcionamento ao Objetivo Geral. Para a escrita, utilizar verbos no infinitivo.
“Justificativa”: significado do trabalho para o pesquisador. É um texto argumentativo-dissertativo (mais ou menos uma página e meia). Contém a descrição de relevâncias – científica, pessoal e social.
(deve ser um texto que prove a utilização da pesquisa).
“Fundamentação teórica”: trata-se sobre o que estudiosos dizem sobre o assunto. Também é um texto argumentativo-dissertativo (mais ou menos uma página e meia). Deve ser encadeado ao texto científico.
Em outras palavras, fazer uso da teoria de base. Não é necessário realizar um todo percurso histórico – deve ser objetivo e direto.
× DICA: tudo o que for lido, fazer RESENHA – anotações. É necessário realizar leitura para fundamentar.
“Procedimentos Metodológicos”: são tópicos/passos.
“Cronograma”: descrição dos passos a serem desenvolvidos ao longo do ano para a preparação da Monografia.
× Tanto os “Procedimentos Metodológicos” como o “Cronograma” constam na mesma página.
“Referências”: colocar na ordem cronológica.
Não se usa “conclusão” e sim “considerações finais”.
Tamanho da fonte: 12; especificação: “Times” ou “Arial”; espaçamento: 1,5.
“Natureza do trabalho”: Projeto de pesquisa apresentado como exigência parcial na disciplina Metodologia do Trabalho Científico do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Língua Portuguesa, ministrada pelo Profº. Dr. Jarbas Vargas Nascimento.
       (fica localizado no lado direito da Folha de Rosto, sem o uso de caixa alta).

× Linhas de pesquisa para o Projeto:
a)  História e descrição da Língua Portuguesa;
b)  Texto e discurso, na modalidade oral e escrita;
c)  Ensino de Língua Portuguesa.

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